sexta-feira, 15 de junho de 2012

Mudar o mundo



Queridos leitores, seria impossível terminar o mês de maio dedicado às mães e mulheres sem dar ênfase a essas que passaram pelas nossas redes sociais, anônimas ou famosas, com seus depoimentos, textos e mensagens, nos tornando ainda mais apaixonados por causas das quais estamos nos dedicando (inclusão social) e inclusive, nos fazendo refletir e indagar: temos causa?

Quando proporcionar que, no seu estabelecimento, uma cadeira de rodas passe por entre as portas é uma causa? Onde respeitar as diferenças, seja em função de um cromossomo, de uma condição de locomoção ou de grau intelectual é uma causa?

Aprender sobre as diferenças, trabalhar com elas, e principalmente respeitá-las é simplesmente uma questão de cidadania, de ser humano, e, acima de tudo, é respeitar o direito alheio. Eu tenho o direito de ir e vir,  tenho direito a saúde e tudo mais que a sociedade em que vivo pode me conferir, mas desde que eu não tenha uma deficiência ou até ter uma.

Queridos, pasmem, em algum momento na vida nos tornamos deficientes ou já fomos, inclusive e principalmente na instância psicológica..." de perto ninguém é normal " . Ouvindo as autoras do livro Maria de Rodas contar sobre suas histórias e suas aventuras em alcançar objetivos (mais um tema impossível de não mencionar) eu acabei  por me titular: eu sou uma Maria sem rodas, tive, tenho, terei obstáculos a vencer, muita força, muito medo, muita raiva, muito  amor e já sofri preconceito... e quem já não sofreu? Disse a repórter Flávia Cintra, uma das autoras..."o mais difícil não é ser cadeirante, é ser mãe..."

A inclusão social não é uma obrigação só da rede pública, não é dever das instituições escolares ou de saúde, mas de toda a sociedade, é um problema meu, seu, nosso, um trabalho que começa individualmente, intimamente, mentalmente. Quando você observa um cadeirante e pensa “que dó dele”, já imaginou que, apesar da cadeira, bengala ou cão guia, ele pode estar mais feliz que você? Já pensou que ele pode realmente ter encontrado o sentido da vida enquanto você ainda busca?

Comece você  promovendo inclusão social, não há necessidade de tempo ou dinheiro, só abra os olhos do sentimento, abra os olhos do bom senso e comece intimamente uma campanha, mude seu pensamento, mude o seu olhar para as diferenças, conheça e reconheça-as, tornando-as apenas uma característica individual.

E, se conseguir faça mais, respeite as vagas de acessibilidade de um shopping ou de qualquer outro estabelecimento, elas atendem uma fatia da sociedade, são necessárias. Pense a próxima vez que for reformar sua calçada, por exemplo, um idoso consegue caminhar por ela ou um cadeirante? Se você tem um estabelecimento, ele proporciona acessibilidade? Quem sabe em uma próxima reforma?

Assim, preciso também lhes dizer que este texto não tem a intenção de ofender, ser falso moralista, ditar regras ou chocar quem quer que seja, mas, ao contrário, este texto tem a pretensão de mudar o mundo.

Talvez, meus queridos leitores eu passe despercebida aos meus amigos e até aos meus parentes, nem sei se verdadeiramente conhecem meu trabalho, porém um dia na vida eu decidi que não passaria despercebida à humanidade e não vou passar, estou solidária a alguém... sem destinatário, às vezes até sem mesmo remetente... vou deixar minha pequena grande contribuição e você? Vai admitir passar despercebido à humanidade ou contribuirá?...

Viva as diferenças e pensemos este mês nas relações...

Um grande abraço,

Elaine Soares Queiroz - CRP 06/63511-0
Psicólga/Diretora da Freixo Clínica

4 comentários:

  1. Elaine,
    Parabéns pelo seu texto.Inteligente,profundo, sensível, que nos ensina que a vida é bem mais do que "ser" ou não diferente e que devemos enxergá-la com os olhos do coração...

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    1. Obrigada, Patrícia! Fico feliz que vc tenha compartilhado da minha emoção e se identificado com o texto.
      Um grande Abraço
      Elaine

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  2. Parabéns ,Elaine.
    Como sempre um exercício capaz de orientar e fazer refletir.
    Obrigada

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    1. Fico contente que vc tenha compreendido o sentido do texto.Refletir é sempre necessário, mas nem sempre conseguimos sem um instrumento facilitador.Bjos. Obrigada!

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